NR 20 - NR - 20 - SEGURANÇA E SAÚDE NO TRABALHO COM INFLAMÁVEIS E COMBUSTÍVEIS
Publicação D.O.U.
Portaria GM n.º 3.214, de 08 de junho de 1978 06/07/78
Portaria SIT n.º 308, de 29 de fevereiro de 2012 06/03/12
Portaria MTE n.º 1.079, de 16 de julho de 2014 17/06/14
Portaria MTb n.º 872, de 06 de julho de 2017 07/07/17
SUMÁRIO
20.1 Introdução
20.2 Abrangência
20.3 Definições
20.4 Classificação das Instalações
20.5 Projeto da Instalação
20.6 Segurança na Construção e Montagem
20.7 Segurança Operacional
20.8 Manutenção e Inspeção das Instalações
20.9 Inspeção em Segurança e Saúde no Ambiente de Trabalho
20.10 Análise de Riscos
20.11 Capacitação dos Trabalhadores
20.12 Prevenção e Controle de Vazamentos, Derramamentos, Incêndios, Explosões e Emissões fugitivas
20.13 Controle de Fontes de Ignição
20.14 Plano de Resposta a Emergências da Instalação
20.15 Comunicação de Ocorrências
20.16 Contratante e Contratadas
20.17 Tanque de Líquidos Inflamáveis no Interior de Edifícios
20.18 Desativação da Instalação
20.19 Prontuário da Instalação
20.20 Disposições finais
- ANEXO I - Instalações que constituem exceções à aplicação do item 20.4 (Classificação das Instalações)
- ANEXO II - Critérios para Capacitação dos Trabalhadores e Conteúdo Programático
- GLOSSÁRIO
- ANEXO III - Diretrizes e requisitos mínimos para utilização da modalidade de ensino a distância e semipresencial para as
capacitações previstas na Norma Regulamentadora n.º 20 - Segurança e Saúde no Trabalho com Inflamáveis e
Combustíveis.
20.1 Introdução
20.1.1 Esta Norma Regulamentadora - NR estabelece requisitos mínimos para a gestão da segurança e saúde no trabalho
contra os fatores de risco de acidentes provenientes das atividades de extração, produção, armazenamento, transferência,
manuseio e manipulação de inflamáveis e líquidos combustíveis.
20.2 Abrangência
20.2.1 Esta NR se aplica às atividades de:
a) extração, produção, armazenamento, transferência, manuseio e manipulação de inflamáveis, nas etapas de projeto,
construção, montagem, operação, manutenção, inspeção e desativação da instalação;
b) extração, produção, armazenamento, transferência e manuseio de líquidos combustíveis, nas etapas de projeto,
construção, montagem, operação, manutenção, inspeção e desativação da instalação.
20.2.2 Esta NR não se aplica:
a) às plataformas e instalações de apoio empregadas com a finalidade de exploração e produção de petróleo e gás do
subsolo marinho, conforme definido no Anexo II, da Norma Regulamentadora 30 (Portaria SIT n.º 183, de 11 de maio
de 2010);
b) às edificações residenciais unifamiliares.
20.3 Definições
20.3.1 Líquidos inflamáveis: são líquidos que possuem ponto de fulgor ≤ 60º C.
20.3.2 Gases inflamáveis: gases que inflamam com o ar a 20º C e a uma pressão padrão de 101,3 kPa.
20.3.3 Líquidos combustíveis: são líquidos com ponto de fulgor > 60º C e ≤ 93º C
20.4 Classificação das Instalações
20.4.1 Para efeito desta NR, as instalações são divididas em classes, conforme Tabela 1.
Tabela 1
Classe I
a) Quanto à atividade:
a.1 - postos de serviço com inflamáveis e/ou líquidos combustíveis.
b) Quanto à capacidade de armazenamento, de forma permanente e/ou transitória:
b.1 - gases inflamáveis: acima de 2 ton até 60 ton;
b.2 - líquidos inflamáveis e/ou combustíveis: acima de 10 m
³
até 5.000 m
³
.
Classe II
a) Quanto à atividade:
a.1 - engarrafadoras de gases inflamáveis;
a.2 - atividades de transporte dutoviário de gases e líquidos inflamáveis e/ou combustíveis.
b) Quanto à capacidade de armazenamento, de forma permanente e/ou transitória:
b.1 - gases inflamáveis: acima de 60 ton até 600 ton;
b.2 - líquidos inflamáveis e/ou combustíveis: acima de 5.000 m
³
até 50.000 m
³
.
Classe III
a) Quanto à atividade:
a.1 - refinarias;
a.2 - unidades de processamento de gás natural;
a.3 - instalações petroquímicas;
a.4 - usinas de fabricação de etanol e/ou unidades de fabricação de álcool.
b) Quanto à capacidade de armazenamento, de forma permanente e/ou transitória:
b.1 - gases inflamáveis: acima de 600 ton;
b.2 - líquidos inflamáveis e/ou combustíveis: acima de 50.000 m
³
.
20.4.1.1 Para critérios de classificação, o tipo de atividade enunciada possui prioridade sobre a capacidade de
armazenamento.
20.4.1.2 Quando a capacidade de armazenamento da instalação se enquadrar em duas classes distintas, por armazenar
líquidos inflamáveis e/ou combustíveis e gases inflamáveis, deve-se utilizar a classe de maior gradação.
20.4.2 Esta NR estabelece dois tipos de instalações que constituem exceções e estão definidas no Anexo I, não devendo ser
aplicada a Tabela 1.
20.5 Projeto da Instalação
20.5.1 As instalações para extração, produção, armazenamento, transferência, manuseio e manipulação de inflamáveis e
líquidos combustíveis devem ser projetadas considerando os aspectos de segurança, saúde e meio ambiente que impactem
sobre a integridade física dos trabalhadores previstos nas Normas Regulamentadoras, normas técnicas nacionais e, na
ausência ou omissão destas, nas normas internacionais, convenções e acordos coletivos, bem como nas demais
regulamentações pertinentes em vigor.
20.5.2 No projeto das instalações classes II e III devem constar, no mínimo, e em língua portuguesa:
a) descrição das instalações e seus respectivos processos através do manual de operações;
b) planta geral de locação das instalações;
c) características e informações de segurança, saúde e meio ambiente relativas aos inflamáveis e líquidos combustíveis,
constantes nas fichas com dados de segurança de produtos químicos, de matérias primas, materiais de consumo e
produtos acabados;
d) fluxograma de processo;
e) especificação técnica dos equipamentos, máquinas e acessórios críticos em termos de segurança e saúde no trabalho
estabelecidos pela análise de riscos;
f) plantas, desenhos e especificações técnicas dos sistemas de segurança da instalação;
g) identificação das áreas classificadas da instalação, para efeito de especificação dos equipamentos e instalações elétricas;
h) medidas intrínsecas de segurança identificadas na análise de riscos do projeto.
20.5.2.1 No projeto das instalações classe I deve constar o disposto nas alíneas ″a″, ″b″, ″c″, ″f″ e ″g″ do item 20.5.2.
20.5.2.2 No projeto, devem ser observadas as distâncias de segurança entre instalações, edificações, tanques, máquinas,
equipamentos, áreas de movimentação e fluxo, vias de circulação interna, bem como dos limites da propriedade em relação
a áreas circunvizinhas e vias públicas, estabelecidas em normas técnicas nacionais.
20.5.2.3 O projeto deve incluir o estabelecimento de mecanismos de controle para interromper e/ou reduzir uma possível
cadeia de eventos decorrentes de vazamentos, incêndios ou explosões.
20.5.3 Os projetos das instalações existentes devem ser atualizados com a utilização de metodologias de análise de riscos
para a identificação da necessidade de adoção de medidas de proteção complementares.
20.5.4 Todo sistema pressurizado deve possuir dispositivos de segurança definidos em normas técnicas nacionais e, na
ausência ou omissão destas, em normas internacionais.
20.5.5 Modificações ou ampliações das instalações passíveis de afetar a segurança e a integridade física dos trabalhadores
devem ser precedidas de projeto que contemple estudo de análise de riscos.
20.5.6 O projeto deve ser elaborado por profissional habilitado.
20.5.7 No processo de transferência, enchimento de recipientes ou de tanques, devem ser definidas em projeto as medidas
preventivas para:
a) eliminar ou minimizar a emissão de vapores e gases inflamáveis;
b) controlar a geração, acúmulo e descarga de eletricidade estática.
20.6 Segurança na Construção e Montagem
20.6.1 A construção e montagem das instalações para extração, produção, armazenamento, transferência, manuseio e
manipulação de inflamáveis e líquidos combustíveis devem observar as especificações previstas no projeto, bem como nas
Normas Regulamentadoras e nas normas técnicas nacionais e, na ausência ou omissão destas, nas normas internacionais.
20.6.2 As inspeções e os testes realizados na fase de construção e montagem e no comissionamento devem ser
documentados de acordo com o previsto nas Normas Regulamentadoras, nas normas técnicas nacionais e, na ausência ou
omissão destas, nas normas internacionais, e nos manuais de fabricação dos equipamentos e máquinas.
20.6.3 Os equipamentos e as instalações devem ser identificados e sinalizados, de acordo com o previsto pelas Normas
Regulamentadoras e normas técnicas nacionais.
20.7 Segurança Operacional
20.7.1 O empregador deve elaborar, documentar, implementar, divulgar e manter atualizados procedimentos operacionais
que contemplem aspectos de segurança e saúde no trabalho, em conformidade com as especificações do projeto das
instalações classes I, II e III e com as recomendações das análises de riscos.
20.7.1.1 Nas instalações industriais classes II e III, com unidades de processo, os procedimentos referidos no item 20.7.1
devem possuir instruções claras para o desenvolvimento de atividades em cada uma das seguintes fases:
a) pré-operação;
b) operação normal;
c) operação temporária;
d) operação em emergência;
e) parada normal;
f) parada de emergência;
g) operação pós-emergência.
20.7.2 Os procedimentos operacionais referidos no item 20.7.1 devem ser revisados e/ou atualizados, no máximo
trienalmente para instalações classes I e II e quinquenalmente para instalações classe III ou em uma das seguintes situações:
a) recomendações decorrentes do sistema de gestão de mudanças;
b) recomendações decorrentes das análises de riscos;
c) modificações ou ampliações da instalação;
d) recomendações decorrentes das análises de acidentes e/ou incidentes nos trabalhos relacionados com inflamáveis e
líquidos combustíveis;
e) solicitações da CIPA ou SESMT.
20.7.3 Nas operações de transferência de inflamáveis, enchimento de recipientes ou de tanques, devem ser adotados
procedimentos para:
a) eliminar ou minimizar a emissão de vapores e gases inflamáveis;
b) controlar a geração, acúmulo e descarga de eletricidade estática.
20.7.4 No processo de transferência de inflamáveis e líquidos combustíveis, deve-se implementar medidas de controle
operacional e/ou de engenharia das emissões fugitivas, emanadas durante a carga e descarga de tanques fixos e de veículos
transportadores, para a eliminação ou minimização dessas emissões.
20.7.5 Na operação com inflamáveis e líquidos combustíveis, em instalações de processo contínuo de produção e de Classe
III, o empregador deve dimensionar o efetivo de trabalhadores suficiente para a realização das tarefas operacionais com
segurança.
20.7.5.1 Os critérios e parâmetros adotados para o dimensionamento do efetivo de trabalhadores devem estar documentados.
20.8 Manutenção e Inspeção das Instalações
20.8.1 As instalações classes I, II e III para extração, produção, armazenamento, transferência, manuseio e manipulação de
inflamáveis e líquidos combustíveis devem possuir plano de inspeção e manutenção devidamente documentado.
20.8.2 O plano de inspeção e manutenção deve abranger, no mínimo:
a) equipamentos, máquinas, tubulações e acessórios, instrumentos;
b) tipos de intervenção;
c) procedimentos de inspeção e manutenção;
d) cronograma anual;
e) identificação dos responsáveis;
f) especialidade e capacitação do pessoal de inspeção e manutenção;
g) procedimentos específicos de segurança e saúde;
h) sistemas e equipamentos de proteção coletiva e individual.
20.8.3 Os planos devem ser periodicamente revisados e atualizados, considerando o previsto nas Normas
Regulamentadoras, nas normas técnicas nacionais e, na ausência ou omissão destas, nas normas internacionais, nos manuais
de inspeção, bem como nos manuais fornecidos pelos fabricantes.
20.8.3.1 Todos os manuais devem ser disponibilizados em língua portuguesa.
20.8.4 A fixação da periodicidade das inspeções e das intervenções de manutenção deve considerar:
a) o previsto nas Normas Regulamentadoras e normas técnicas nacionais e, na ausência ou omissão destas, nas normas
internacionais;
b) as recomendações do fabricante, em especial dos itens críticos à segurança e saúde do trabalhador;
c) as recomendações dos relatórios de inspeções de segurança e de análise de acidentes e incidentes do trabalho,
elaborados pela CIPA ou SESMT;
d) as recomendações decorrentes das análises de riscos;
e) a existência de condições ambientais agressivas.
20.8.5 O plano de inspeção e manutenção e suas respectivas atividades devem ser documentados em formulário próprio ou
sistema informatizado.
20.8.6 As atividades de inspeção e manutenção devem ser realizadas por trabalhadores capacitados e com apropriada
supervisão.
20.8.7 As recomendações decorrentes das inspeções e manutenções devem ser registradas e implementadas, com a
determinação de prazos e de responsáveis pela execução.
20.8.7.1 A não implementação da recomendação no prazo definido deve ser justificada e documentada.
20.8.8 Deve ser elaborada permissão de trabalho para atividades não rotineiras de intervenção nos equipamentos, baseada
em análise de risco, nos trabalhos:
a) que possam gerar chamas, calor, centelhas ou ainda que envolvam o seu uso;
b) em espaços confinados, conforme Norma Regulamentadora n.º 33;
c) envolvendo isolamento de equipamentos e bloqueio/etiquetagem;
d) em locais elevados com risco de queda;
e) com equipamentos elétricos, conforme Norma Regulamentadora n.º 10;
f) cujas boas práticas de segurança e saúde recomendem.
20.8.8.1 As atividades rotineiras de inspeção e manutenção devem ser precedidas de instrução de trabalho.
20.8.9 O planejamento e a execução de paradas para manutenção de uma instalação devem incorporar os aspectos relativos
à segurança e saúde no trabalho.
20.9 Inspeção em Segurança e Saúde no Ambiente de Trabalho
20.9.1 As instalações classes I, II e III para extração, produção, armazenamento, transferência, manuseio e manipulação de
inflamáveis e líquidos combustíveis devem ser periodicamente inspecionadas com enfoque na segurança e saúde no
ambiente de trabalho.
20.9.2 Deve ser elaborado, em articulação com a CIPA, um cronograma de inspeções em segurança e saúde no ambiente de
trabalho, de acordo com os riscos das atividades e operações desenvolvidas.
20.9.3 As inspeções devem ser documentadas e as respectivas recomendações implementadas, com estabelecimento de
prazos e de responsáveis pela sua execução.
20.9.3.1 A não implementação da recomendação no prazo definido deve ser justificada e documentada.
20.9.4 Os relatórios de inspeção devem ficar disponíveis às autoridades competentes e aos trabalhadores.
20.10 Análise de Riscos
20.10.1 Nas instalações classes I, II e III, o empregador deve elaborar e documentar as análises de riscos das operações que
envolvam processo ou processamento nas atividades de extração, produção, armazenamento, transferência, manuseio e
manipulação de inflamáveis e de líquidos combustíveis.
20.10.2 As análises de riscos da instalação devem ser estruturadas com base em metodologias apropriadas, escolhidas em
função dos propósitos da análise, das características e complexidade da instalação.
20.10.2.1 As análises de riscos devem ser coordenadas por profissional habilitado.
20.10.2.2 As análises de riscos devem ser elaboradas por equipe multidisciplinar, com conhecimento na aplicação das
metodologias, dos riscos e da instalação, com participação de, no mínimo, um trabalhador com experiência na instalação, ou
em parte desta, que é objeto da análise.
20.10.3 Nas instalações classe I, deve ser elaborada Análise Preliminar de Perigos/Riscos (APP/APR).
20.10.4 Nas instalações classes II e III, devem ser utilizadas metodologias de análise definidas pelo profissional habilitado,
devendo a escolha levar em consideração os riscos, as características e complexidade da instalação.
20.10.4.1 O profissional habilitado deve fundamentar tecnicamente e registrar na própria análise a escolha da metodologia
utilizada.
20.10.5 As análises de riscos devem ser revisadas:
a) na periodicidade estabelecida para as renovações da licença de operação da instalação;
b) no prazo recomendado pela própria análise;
c) caso ocorram modificações significativas no processo ou processamento;
d) por solicitação do SESMT ou da CIPA;
e) por recomendação decorrente da análise de acidentes ou incidentes relacionados ao processo ou processamento;
f) quando o histórico de acidentes e incidentes assim o exigir.
20.10.6 O empregador deve implementar as recomendações resultantes das análises de riscos, com definição de prazos e de
responsáveis pela execução.
20.10.6.1 A não implementação das recomendações nos prazos definidos deve ser justificada e documentada.
20.10.7 As análises de riscos devem estar articuladas com o Programa de Prevenção de Riscos Ambientais (PPRA) da
instalação.
20.11 Capacitação dos trabalhadores
20.11.1 Toda capacitação prevista nesta NR deve ser realizada a cargo e custo do empregador e durante o expediente normal
da empresa.
20.11.1.1 Os critérios estabelecidos nos itens 20.11.2 a 20.11.9 encontram-se resumidos no Anexo II.
20.11.2 Os trabalhadores que laboram em instalações classes I, II ou III e não adentram na área ou local de extração,
produção, armazenamento, transferência, manuseio e manipulação de inflamáveis e líquidos combustíveis devem receber
informações sobre os perigos, riscos e sobre procedimentos para situações de emergências.
20.11.3 Os trabalhadores que laboram em instalações classes I, II ou III e adentram na área ou local de extração, produção,
armazenamento, transferência, manuseio e manipulação de inflamáveis e líquidos combustíveis, mas não mantêm contato
direto com o processo ou processamento, devem realizar o curso de Integração.
20.11.4 Os trabalhadores que laboram em instalações classes I, II ou III, adentram na área ou local de extração, produção,
armazenamento, transferência, manuseio e manipulação de inflamáveis e líquidos combustíveis e mantêm contato direto
com o processo ou processamento, realizando atividades específicas, pontuais e de curta duração, devem realizar curso
Básico.
20.11.5 Os trabalhadores que laboram em instalações classes I, II e III, adentram na área ou local de extração, produção,
armazenamento, transferência, manuseio e manipulação de inflamáveis e líquidos combustíveis e mantêm contato direto
com o processo ou processamento, realizando atividades de manutenção e inspeção, devem realizar curso Intermediário.
20.11.6 Os trabalhadores que laboram em instalações classe I, adentram na área ou local de extração, produção,
armazenamento, transferência, manuseio e manipulação de inflamáveis e líquidos combustíveis e mantêm contato direto
com o processo ou processamento, realizando atividades de operação e atendimento a emergências, devem realizar curso
Intermediário.
20.11.7 Os trabalhadores que laboram em instalações classe II, adentram na área ou local de extração, produção,
armazenamento, transferência, manuseio e manipulação de inflamáveis e líquidos combustíveis e mantêm contato direto
com o processo ou processamento, realizando atividades de operação e atendimento a emergências, devem realizar curso
Avançado I.
20.11.8 Os trabalhadores que laboram em instalações classe III, adentram na área ou local de extração, produção,
armazenamento, transferência, manuseio e manipulação de inflamáveis e líquidos combustíveis e mantêm contato direto
com o processo ou processamento, realizando atividades de operação e atendimento a emergências, devem realizar curso
Avançado II.
20.11.9 Os profissionais de segurança e saúde no trabalho que laboram em instalações classes II e III, adentram na área ou
local de extração, produção, armazenamento, transferência, manuseio e manipulação de inflamáveis e líquidos combustíveis
e mantêm contato direto com o processo ou processamento devem realizar o curso Específico.
20.11.10 Os trabalhadores que realizaram o curso Básico, caso venham a necessitar do curso Intermediário, devem fazer
complementação com carga horária de 8 horas, nos conteúdos estabelecidos pelos itens 6, 7 e 8 do curso Intermediário,
incluindo a parte prática.
20.11.11 Os trabalhadores que realizaram o curso Intermediário, caso venham a necessitar do curso Avançado I, devem
fazer complementação com carga horária de 8 horas, nos conteúdos estabelecidos pelos itens 9 e 10 do curso Avançado I,
incluindo a parte prática.
20.11.12 Os trabalhadores que realizaram o curso Avançado I, caso venham a necessitar do curso Avançado II, devem fazer
complementação com carga horária de 8 horas, no item 11 e 12 do curso Avançado II, incluindo a parte prática.
20.11.13 O trabalhador deve participar de curso de Atualização, cujo conteúdo será estabelecido pelo empregador e com a
seguinte periodicidade:
a) curso Básico: a cada 3 anos com carga horária de 4 horas;
b) curso Intermediário: a cada 2 anos com carga horária de 4 horas;
c) cursos Avançado I e II: a cada ano com carga horária de 4 horas.
20.11.13.1 Deve ser realizado, de imediato, curso de Atualização para os trabalhadores envolvidos no processo ou
processamento, onde:
a) ocorrer modificação significativa;
b) ocorrer morte de trabalhador;
c) ocorrerem ferimentos em decorrência de explosão e/ou queimaduras de 2º ou 3º grau, que implicaram em necessidade
de internação hospitalar;
d) o histórico de acidentes e/ou incidentes assim o exigir.
20.11.14 Os instrutores da capacitação dos cursos de Integração, Básico, Intermediário, Avançados I e II e Específico
devem ter proficiência no assunto.
20.11.15 Os cursos de Integração, Básico e Intermediário devem ter um responsável por sua organização técnica, devendo
ser um dos instrutores.
20.11.16 Os cursos Avançados I e II e Específico devem ter um profissional habilitado como responsável técnico.
20.11.17 Para os cursos de Integração, Básico, Intermediário, Avançados I e II e Específico, a emissão do certificado se dará
para os trabalhadores que, após avaliação, tenham obtido aproveitamento satisfatório.
20.11.17.1 O certificado deve conter o nome do trabalhador, conteúdo programático, carga horária, data, local, nome do(s)
instrutor(es), nome e assinatura do responsável técnico ou do responsável pela organização técnica do curso.
20.11.17.2 O certificado deve ser fornecido ao trabalhador, mediante recibo, e uma cópia arquivada na empresa.
20.11.18 Os participantes da capacitação devem receber material didático, que pode ser em meio impresso, eletrônico ou
similar.
20.11.19 O empregador deve estabelecer e manter sistema de identificação que permita conhecer a capacitação de cada
trabalhador, cabendo a este a obrigação de utilização visível do meio identificador.
20.12 Prevenção e controle de vazamentos, derramamentos, incêndios, explosões e emissões fugitivas
20.12.1 O empregador deve elaborar plano que contemple a prevenção e controle de vazamentos, derramamentos, incêndios
e explosões e, nos locais sujeitos à atividade de trabalhadores, a identificação das fontes de emissões fugitivas.
20.12.2 O plano deve contemplar todos os meios e ações necessárias para minimizar os riscos de ocorrência de vazamento,
derramamento, incêndio e explosão, bem como para reduzir suas consequências em caso de falha nos sistemas de prevenção
e controle.
20.12.2.1 Para emissões fugitivas, após a identificação das fontes nos locais sujeitos à atividade de trabalhadores, o plano
deve incluir ações para minimização dos riscos, de acordo com viabilidade técnica.
20.12.3 O plano deve ser revisado:
a) por recomendações das inspeções de segurança e/ou da análise de riscos;
b) quando ocorrerem modificações significativas nas instalações;
c) quando da ocorrência de vazamentos, derramamentos, incêndios e/ou explosões.
20.12.4 Os sistemas de prevenção e controle devem ser adequados aos perigos/riscos dos inflamáveis e líquidos
combustíveis.
20.12.5 Os tanques que armazenam líquidos inflamáveis e combustíveis devem possuir sistemas de contenção de
vazamentos ou derramamentos, dimensionados e construídos de acordo com as normas técnicas nacionais.
20.12.5.1 No caso de bacias de contenção, é vedado o armazenamento de materiais, recipientes e similares em seu interior,
exceto nas atividades de manutenção e inspeção.
20.13 Controle de fontes de ignição
20.13.1 Todas as instalações elétricas e equipamentos elétricos fixos, móveis e portáteis, equipamentos de comunicação,
ferramentas e similares utilizados em áreas classificadas, assim como os equipamentos de controle de descargas
atmosféricas, devem estar em conformidade com a Norma Regulamentadora n.º 10.
20.13.2 O empregador deve implementar medidas específicas para controle da geração, acúmulo e descarga de eletricidade
estática em áreas sujeitas à existência de atmosferas inflamáveis.
20.13.3 Os trabalhos envolvendo o uso de equipamentos que possam gerar chamas, calor ou centelhas, nas áreas sujeitas à
existência de atmosferas inflamáveis, devem ser precedidos de permissão de trabalho.
20.13.4 O empregador deve sinalizar a proibição do uso de fontes de ignição nas áreas sujeitas à existência de atmosferas
inflamáveis.
20.13.5 Os veículos que circulem nas áreas sujeitas à existência de atmosferas inflamáveis devem possuir características
apropriadas ao local e ser mantidos em perfeito estado de conservação.
20.14 Plano de Resposta a Emergências da Instalação
20.14.1 O empregador deve elaborar e implementar plano de resposta a emergências que contemple ações específicas a
serem adotadas na ocorrência de vazamentos ou derramamentos de inflamáveis e líquidos combustíveis, incêndios ou
explosões.
20.14.2 O plano de resposta a emergências das instalações classe I, II e III deve ser elaborado considerando as
características e a complexidade da instalação e conter, no mínimo:
a) nome e função do(s) responsável(eis) técnico(s) pela elaboração e revisão do plano;
b) nome e função do responsável pelo gerenciamento, coordenação e implementação do plano;
c) designação dos integrantes da equipe de emergência, responsáveis pela execução de cada ação e seus respectivos
substitutos;
d) estabelecimento dos possíveis cenários de emergências, com base nas análises de riscos;
e) descrição dos recursos necessários para resposta a cada cenário contemplado;
f) descrição dos meios de comunicação;
g) procedimentos de resposta à emergência para cada cenário contemplado;
h) procedimentos para comunicação e acionamento das autoridades públicas e desencadeamento da ajuda mútua, caso
exista;
i) procedimentos para orientação de visitantes, quanto aos riscos existentes e como proceder em situações de emergência;
j) cronograma, metodologia e registros de realização de exercícios simulados.
20.14.3 Nos casos em que os resultados das análises de riscos indiquem a possibilidade de ocorrência de um acidente cujas
consequências ultrapassem os limites da instalação, o empregador deve incorporar no plano de emergência ações que visem
à proteção da comunidade circunvizinha, estabelecendo mecanismos de comunicação e alerta, de isolamento da área
atingida e de acionamento das autoridades públicas.
20.14.4 O plano de resposta a emergências deve ser avaliado após a realização de exercícios simulados e/ou na ocorrência
de situações reais, com o objetivo de testar a sua eficácia, detectar possíveis falhas e proceder aos ajustes necessários.
20.14.5 Os exercícios simulados devem ser realizados durante o horário de trabalho, com periodicidade, no mínimo, anual,
podendo ser reduzida em função das falhas detectadas ou se assim recomendar a análise de riscos.
20.14.5.1 Os trabalhadores na empresa devem estar envolvidos nos exercícios simulados, que devem retratar, o mais
fielmente possível, a rotina de trabalho.
20.14.5.2 O empregador deve estabelecer critérios para avaliação dos resultados dos exercícios simulados.
20.14.6 Os integrantes da equipe de resposta a emergências devem ser submetidos a exames médicos específicos para a
função que irão desempenhar, conforme estabelece a Norma Regulamentadora n.º 7, incluindo os fatores de riscos
psicossociais, com a emissão do respectivo atestado de saúde ocupacional.
20.14.7 A participação do trabalhador nas equipes de resposta a emergências é voluntária, salvo nos casos em que a
natureza da função assim o determine.
20.15 Comunicação de Ocorrências
20.15.1 O empregador deve comunicar ao órgão regional do Ministério do Trabalho e Emprego e ao sindicato da categoria
profissional predominante no estabelecimento a ocorrência de vazamento, incêndio ou explosão envolvendo inflamáveis e
líquidos combustíveis que tenha como consequência qualquer das possibilidades a seguir:
a) morte de trabalhador(es);
b) ferimentos em decorrência de explosão e/ou queimaduras de 2º ou 3º grau, que implicaram em necessidade de
internação hospitalar;
c) acionamento do plano de resposta a emergências que tenha requerido medidas de intervenção e controle.
20.15.1.1 A comunicação deve ser encaminhada até o segundo dia útil após a ocorrência e deve conter:
a) Nome da empresa, endereço, local, data e hora da ocorrência;
b) Descrição da ocorrência, incluindo informações sobre os inflamáveis, líquidos combustíveis e outros produtos
envolvidos;
c) Nome e função da vítima;
d) Procedimentos de investigação adotados;
e) Consequências;
f) Medidas emergenciais adotadas.
20.15.1.2 A comunicação pode ser feita por ofício ou meio eletrônico ao sindicato da categoria profissional predominante
no estabelecimento e ao setor de segurança e saúde do trabalho do órgão regional do Ministério do Trabalho e Emprego.
20.15.2 O empregador deve elaborar relatório de investigação e análise da ocorrência descrita no item 20.15.1, contendo as
causas básicas e medidas preventivas adotadas, e mantê-lo no local de trabalho a disposição da autoridade competente, dos
trabalhadores e seus representantes.
20.16 Contratante e Contratadas
20.16.1 A contratante e as contratadas são solidariamente responsáveis pelo cumprimento desta Norma Regulamentadora.
20.16.2 Das responsabilidades da Contratante.
20.16.2.1 Os requisitos de segurança e saúde no trabalho adotados para os empregados das contratadas devem ser, no
mínimo, equivalentes aos aplicados para os empregados da contratante.
20.16.2.2 A empresa contratante, visando atender ao previsto nesta NR, deve verificar e avaliar o desempenho em segurança
e saúde no trabalho nos serviços contratados.
20.16.2.3 Cabe à contratante informar às contratadas e a seus empregados os riscos existentes no ambiente de trabalho e as
respectivas medidas de segurança e de resposta a emergências a serem adotadas.
20.16.3 Da Responsabilidade das Contratadas.
20.16.3.1 A empresa contratada deve cumprir os requisitos de segurança e saúde no trabalho especificados pela contratante,
por esta e pelas demais Normas Regulamentadoras.
20.16.3.2 A empresa contratada deve assegurar a participação dos seus empregados nas capacitações em segurança e saúde
no trabalho promovidas pela contratante, assim como deve providenciar outras capacitações específicas que se façam
necessárias.
20.17 Tanque de líquidos inflamáveis no interior de edifícios
20.17.1 Os tanques para armazenamento de líquidos inflamáveis somente poderão ser instalados no interior dos edifícios
sob a forma de tanque enterrado e destinados somente a óleo diesel.
20.17.2 Excetuam-se da aplicação do item 20.17.1 os tanques de superfície que armazenem óleo diesel destinados à
alimentação de motores utilizados para a geração de energia elétrica em situações de emergência ou para o funcionamento
das bombas de pressurização da rede de água para combate a incêndios, nos casos em que seja comprovada a
impossibilidade de instalá-lo enterrado ou fora da projeção horizontal do edifício.
20.17.2.1 A instalação do tanque no interior do edifício deve ser precedida de Projeto e de Análise Preliminar de
Perigos/Riscos (APP/APR), ambos elaborados por profissional habilitado, contemplando os aspectos de segurança, saúde e
meio ambiente previstos nas Normas Regulamentadoras, normas técnicas nacionais e, na ausência ou omissão destas, nas
normas internacionais, bem como nas demais regulamentações pertinentes, e deve obedecer aos seguintes critérios:
a) localizar-se no pavimento térreo, subsolo ou pilotis, em área exclusivamente destinada para tal fim;
b) deve dispor de sistema de contenção de vazamentos:
c) deve conter até 3 tanques separados entre si e do restante da edificação por paredes resistentes ao fogo por no mínimo 2
horas e porta do tipo corta-fogo;
d) possuir volume total de armazenagem de no máximo 3.000 litros, em cada tanque;
e) possuir aprovação pela autoridade competente;
f) os tanques devem ser metálicos;
g) possuir sistemas automáticos de detecção e combate a incêndios, bem como saídas de emergência dimensionadas
conforme normas técnicas;
h) os tanques devem estar localizados de forma a não bloquear, em caso de emergência, o acesso às saídas de emergência e
aos sistemas de segurança contra incêndio;
i) os tanques devem ser protegidos contra vibração, danos físicos e da proximidade de equipamentos ou dutos geradores
de calor;
j) a estrutura da edificação deve ser protegida para suportar um eventual incêndio originado nos locais que abrigam os
tanques;
k) devem ser adotadas as medidas necessárias para garantir a ventilação dos tanques para alívio de pressão, bem como
para a operação segura de abastecimento e destinação dos gases produzidos pelos motores à combustão.
20.17.2.2 O responsável pela segurança do edifício deve designar responsável técnico pela instalação, operação, inspeção e
manutenção, bem como pela supervisão dos procedimentos de segurança no processo de abastecimento do tanque.
20.17.2.3 Os trabalhadores envolvidos nas atividades de operação, inspeção, manutenção e abastecimento do tanque devem
ser capacitados com curso Intermediário, conforme Anexo II.
20.17.3 Aplica-se para tanques enterrados o disposto no item 20.17.2.1, caput, alíneas ″b″, ″e″, ″f″, ″g″, ″h″, ″i″, ″j″ e ″k″,
item 20.17.2.2 e 20.17.2.3, bem como o previsto nas normas técnicas nacionais e, na sua ausência ou omissão, nas normas
técnicas internacionais.
20.18 Desativação da instalação
20.18.1 Cessadas as atividades da instalação, o empregador deve adotar os procedimentos necessários para a sua
desativação.
20.18.2 No processo de desativação das instalações de extração, produção, armazenagem, transferência, manuseio e
manipulação de inflamáveis e líquidos combustíveis, devem ser observados os aspectos de segurança, saúde e meio
ambiente previstos nas Normas Regulamentadoras, normas técnicas nacionais e, na ausência ou omissão destas, nas normas
internacionais, bem como nas demais regulamentações pertinentes em vigor.
20.19 Prontuário da Instalação
20.19.1 O Prontuário da instalação deve ser organizado, mantido e atualizado pelo empregador e constituído pela seguinte
documentação:
a) Projeto da Instalação;
b) Procedimentos Operacionais;
c) Plano de Inspeção e Manutenção;
d) Análise de Riscos;
e) Plano de prevenção e controle de vazamentos, derramamentos, incêndios e explosões e identificação das fontes de
emissões fugitivas;
f) Certificados de capacitação dos trabalhadores;
g) Análise de Acidentes;
h) Plano de Resposta a Emergências.
20.19.2 O Prontuário das instalações classe I devem conter um índice e ser constituído em documento único.
20.19.2.1 Os documentos do Prontuário das instalações classes II ou III podem estar separados, desde que seja mencionado
no índice a localização destes na empresa e o respectivo responsável.
20.19.3 O Prontuário da Instalação deve estar disponível às autoridades competentes, bem como para consulta aos
trabalhadores e seus representantes.
20.19.3.1 As análises de riscos devem estar disponíveis para consulta aos trabalhadores e seus representantes, exceto nos
aspectos ou partes que envolvam informações comerciais confidenciais.
20.20 Disposições finais
20.20.1 Quando em uma atividade de extração, produção, armazenamento, manuseio e manipulação de inflamáveis e
líquidos combustíveis for caracterizada situação de risco grave e iminente aos trabalhadores, o empregador deve adotar as
medidas necessárias para a interrupção e a correção da situação.
20.20.2 Os trabalhadores, com base em sua capacitação e experiência, devem interromper suas tarefas, exercendo o direito
de recusa, sempre que constatarem evidências de riscos graves e iminentes para sua segurança e saúde ou de outras pessoas,
comunicando imediatamente o fato a seu superior hierárquico, que diligenciará as medidas cabíveis.
20.20.3 Os tanques, vasos e tubulações que armazenem/transportam inflamáveis e líquidos combustíveis devem ser
identificados e sinalizados conforme a Norma Regulamentadora n.º 26.
20.20.4 Nas operações de soldagem e corte a quente com utilizações de gases inflamáveis, as mangueiras devem possuir
mecanismos contra o retrocesso das chamas na saída do cilindro e chegada do maçarico.
ANEXO I da NR-20
Instalações que constituem exceções à aplicação do item 20.4 (Classificação das Instalações)
1. As instalações que desenvolvem atividades de manuseio, armazenamento, manipulação e transporte com gases
inflamáveis acima de 1 ton até 2 ton e de líquidos inflamáveis e/ou combustíveis acima de 1 m³ até 10 m³ devem contemplar
no Programa de Prevenção de Riscos Ambientais, além dos requisitos previstos na Norma Regulamentadora n.º 9:
a) o inventário e características dos inflamáveis e/ou líquidos combustíveis;
b) os riscos específicos relativos aos locais e atividades com inflamáveis e/ou líquidos combustíveis;
c) os procedimentos e planos de prevenção de acidentes com inflamáveis e/ou líquidos combustíveis;
d) as medidas para atuação em situação de emergência.
1.1 O empregador deve treinar, no mínimo, três trabalhadores da instalação que estejam diretamente envolvidos com
inflamáveis e/ou líquidos combustíveis, em curso básico previsto no Anexo II.
2. As instalações varejistas e atacadistas que desenvolvem atividades de manuseio, armazenamento e transporte de
recipientes de até 20 litros, fechados ou lacrados de fabricação, contendo líquidos inflamáveis e/ou combustíveis até o limite
máximo de 5.000 m³ e de gases inflamáveis até o limite máximo de 600 toneladas, devem contemplar no Programa de
Prevenção de Riscos Ambientais, além dos requisitos previstos na Norma Regulamentadora n.º 9:
a) o inventário e características dos inflamáveis e/ou líquidos combustíveis;
b) os riscos específicos relativos aos locais e atividades com inflamáveis e/ou líquidos combustíveis;
c) os procedimentos e planos de prevenção de acidentes com inflamáveis e/ou líquidos combustíveis;
d) as medidas para atuação em situação de emergência.
2.1 O empregador deve treinar trabalhadores da instalação que estejam diretamente envolvidos com inflamáveis, em curso
Básico, na proporção definida na Tabela 2.
Tabela 2
Capacidade armazenada (gases inflamáveis e/ou líquidos
inflamáveis e/ou combustíveis)
N
o
de trabalhadores treinados
Acima de 1 ton até 5 ton e/ou acima de 1 m
³
até 9 m
³
mínimo 2
Acima de 5 ton até 10 ton e/ou acima de 9 m
³
até 42 m
³
mínimo 3
Acima de 10 ton até 20 ton e/ou acima de 42 m
³
até 84 m
³
mínimo 4
Para cada 20 ton e/ou 84 m
³
mais 2 trabalhadores
2.2 Para efeitos dos itens 2 e 2.1 deste Anexo, será aceito curso de prevenção e combate a incêndios já realizado pelo
trabalhador há até dois anos da data de publicação desta NR, desde que possua uma carga horária mínima de 6 horas,
contemple no mínimo 80% do conteúdo programático do curso Básico previsto no Anexo II.
3. Aplica-se o disposto nos itens 2 e 2.1 deste Anexo para a instalação de armazenamento de recipientes de até 20 litros,
fechados ou lacrados de fabricação, contendo líquidos inflamáveis e/ou combustíveis até o limite máximo 10.000 m³ e de
gases inflamáveis até o limite máximo 1.200 ton, desde que a instalação de armazenamento esteja separada por parede da
instalação onde ocorre a fabricação, envase e embalagem do produto a ser armazenado.
3.1 A instalação de armazenamento de recipientes com volume total superior aos limites mencionados no item 3 deve
elaborar análise de riscos, conforme disposto nos itens 20.10.2, 20.10.2.1, 20.10.2.2, 20.10.4, 20.10.4.1, 20.10.5, 20.10.6,
20.10.6.1 e 20.10.7 plano de resposta a emergências, conforme itens 20.14.1, 20.14.2, 20.14.4, 20.14.5, 20.14.5.1,
20.14.5.2, 20.14.6 e 20.14.7.
ANEXO II da NR-20
Critérios para Capacitação dos Trabalhadores e Conteúdo Programático
1) Critérios para Capacitação
a) Capacitação para os trabalhadores que adentram na área e NÃO mantêm contato direto com o processo ou
processamento.
Instalação classe I Instalação classe II Instalação classe III
Curso de Integração (4 horas) Curso de Integração (4 horas) Curso de Integração (4 horas)
b) Capacitação para os trabalhadores que adentram na área e mantêm contato direto com o processo ou processamento.
c) Atualização
Curso Periodicidade Carga Horária
Básico Trienal 4 horas
Intermediário Bienal 4 horas
Avançados I e II Anual 4 horas
2) Conteúdo programático
a) Curso Integração
Carga horária: 4 horas
1. Inflamáveis: características, propriedades, perigos e riscos;
2. Controles coletivo e individual para trabalhos com inflamáveis;
3. Fontes de ignição e seu controle;
4. Procedimentos básicos em situações de emergência com inflamáveis.
b) Curso Básico
Carga horária: 8 horas
I) Conteúdo programático teórico:
1. Inflamáveis: características, propriedades, perigos e riscos;
2. Controles coletivo e individual para trabalhos com inflamáveis;
3. Fontes de ignição e seu controle;
4. Proteção contra incêndio com inflamáveis;
5. Procedimentos básicos em situações de emergência com inflamáveis;
II) Conteúdo programático prático:
Conhecimentos e utilização dos sistemas de segurança contra incêndio com inflamáveis.
c) Curso Intermediário
Carga horária: 16 horas
I) Conteúdo programático teórico:
1. Inflamáveis: características, propriedades, perigos e riscos;
2. Controles coletivo e individual para trabalhos com inflamáveis;
3. Fontes de ignição e seu controle;
4. Proteção contra incêndio com inflamáveis;
5. Procedimentos em situações de emergência com inflamáveis;
6. Estudo da Norma Regulamentadora n.º 20;
7. Análise Preliminar de Perigos/Riscos: conceitos e exercícios práticos;
8. Permissão para Trabalho com Inflamáveis.
II) Conteúdo programático prático:
Conhecimentos e utilização dos sistemas de segurança contra incêndio com inflamáveis.
d) Curso Avançado I
Carga horária: 24 horas
I) Conteúdo programático teórico:
1. Inflamáveis: características, propriedades, perigos e riscos;
2. Controles coletivo e individual para trabalhos com inflamáveis;
3. Fontes de ignição e seu controle;
4. Proteção contra incêndio com inflamáveis;
5. Procedimentos em situações de emergência com inflamáveis;
6. Estudo da Norma Regulamentadora n.º 20;
7. Metodologias de Análise de Riscos: conceitos e exercícios práticos;
8. Permissão para Trabalho com Inflamáveis;
9. Acidentes com inflamáveis: análise de causas e medidas preventivas;
10. Planejamento de Resposta a emergências com Inflamáveis;
II) Conteúdo programático prático:
Conhecimentos e utilização dos sistemas de segurança contra incêndio com inflamáveis.
e) Curso Avançado II
Carga horária: 32 horas
I) Conteúdo programático teórico:
1. Inflamáveis: características, propriedades, perigos e riscos;
2. Controles coletivo e individual para trabalhos com inflamáveis;
3. Fontes de ignição e seu controle;
4. Proteção contra incêndio com inflamáveis;
5. Procedimentos em situações de emergência com inflamáveis;
6. Estudo da Norma Regulamentadora n.º 20;
7. Metodologias de Análise de Riscos: conceitos e exercícios práticos;
8. Permissão para Trabalho com Inflamáveis;
9. Acidentes com inflamáveis: análise de causas e medidas preventivas;
10. Planejamento de Resposta a emergências com Inflamáveis;
11. Noções básicas de segurança de processo da instalação;
12. Noções básicas de gestão de mudanças.
II) Conteúdo programático prático:
Conhecimentos e utilização dos sistemas de segurança contra incêndio com inflamáveis.
f) Curso Específico
Carga Horária: 16 horas
I) Conteúdo programático teórico:
- Estudo da Norma Regulamentadora n.º 20;
- Metodologias de Análise de Riscos: conceitos e exercícios práticos;
- Permissão para Trabalho com Inflamáveis;
- Acidentes com inflamáveis: análise de causas e medidas preventivas;
- Planejamento de Resposta a emergências com Inflamáveis;
GLOSSÁRIO
Áreas Classificadas - área na qual uma atmosfera explosiva está presente ou na qual é provável sua ocorrência a ponto de
exigir precauções especiais para construção, instalação e utilização de equipamentos elétricos.
Armazenamento - retenção de uma quantidade de inflamáveis (líquidos e/ou gases) e líquidos combustíveis em uma
instalação fixa, em depósitos, reservatórios de superfície, elevados ou subterrâneos. Retenção de uma quantidade de
inflamáveis, envasados ou embalados, em depósitos ou armazéns.
Articulação entre análise de risco e PPRA - coerência, compatibilidade, harmonização no reconhecimento e consideração
dos riscos comuns aos dois documentos.
Comissionamento - conjunto de técnicas e procedimentos de engenharia aplicados de forma integrada à instalação ou parte
dela, visando torná-la operacional de acordo com os requisitos especificados em projeto.
Coordenação - ação de assumir responsabilidade técnica.
Distância de segurança - Distância mínima livre, medida no plano horizontal para que, em caso de acidentes (incêndios,
explosões), os danos sejam minimizados.
Edificações residenciais unifamiliares - Edificações destinadas exclusivamente ao uso residencial, constituídas de uma única
unidade residencial.
Edifício - construção com pavimentos, cuja finalidade é abrigar atividades humanas, classificada pelo tipo de utilização em
comercial, de serviços, cultural, etc.
Emissões fugitivas - Liberações de gás ou vapor inflamável que ocorrem de maneira contínua ou intermitente durante as
operações normais dos equipamentos. Incluem liberações em selos ou gaxetas de bombas, engaxetamento de válvulas,
vedações de flanges, selos de compressores, drenos de processos.
Envasado - líquido ou gás inflamável acondicionado em recipiente, podendo ser ou não lacrado.
Exercícios simulados - Exercícios práticos de simulação mais realista possível de um cenário de acidente, durante o qual é
testada a eficiência do plano de respostas a emergências, com foco nos procedimentos, na capacitação da equipe, na
funcionalidade das instalações e dos equipamentos, dentre outros aspectos.
Fechado - Produto fechado no processo de envasamento, de maneira estanque, para que não venha a apresentar vazamentos
nas condições normais de manuseio, armazenamento ou transporte, assim como sob condições decorrentes de variações de
temperatura, umidade ou pressão ou sob os efeitos de choques e vibrações.
Fluxograma de processo - É um documento contendo, em representação gráfica, o balanço de material e de energia dos
fluxos de matérias-primas, produtos, subprodutos e rejeitos de um determinado processo de produção.
Instalação - Unidade de extração, produção, armazenamento, transferência, manuseio e manipulação de inflamáveis
(líquidos e gases) e líquidos combustíveis, em caráter permanente ou transitório, incluindo todos os equipamentos,
máquinas, estruturas, tubulações, tanques, edificações, depósitos, terminais e outros necessários para o seu funcionamento.
Lacrado - Produto que possui selo e/ou lacre de garantia de qualidade e/ou de inviolabilidade.
Manipulação - Ato ou efeito de manipular. Preparação ou operação manual com inflamáveis, com finalidade de misturar ou
fracionar os produtos. Considera-se que há manipulação quando ocorre o contato direto do produto com o ambiente.
Manuseio - Atividade de movimentação de inflamáveis contidos em recipientes, tanques portáteis, tambores, bombonas,
vasilhames, caixas, latas, frascos e similares. Ato de manusear o produto envasado, embalado ou lacrado.
Meio identificador - Sistema de identificação definido pela empresa como, por exemplo, crachá, botton, adesivo no crachá
ou no capacete, na vestimenta de trabalho ou similares.
Metodologias de análises de risco - Constitui-se em um conjunto de métodos e técnicas que, aplicados a operações que
envolvam processo ou processamento, identificam os cenários hipotéticos de ocorrências indesejadas (acidentes), as
possibilidades de danos, efeitos e consequências.
Exemplos de algumas metodologias:
a) Análise Preliminar de Perigos/Riscos (APP/APR);
b) ″What-if (E SE)″;
c) Análise de Riscos e Operabilidade (HAZOP);
d) Análise de Modos e Efeitos de Falhas (FMEA/FMECA);
e) Análise por Árvore de Falhas (AAF);
f) Análise por Árvore de Eventos (AAE);
g) Análise Quantitativa de Riscos (AQR).
Modificações ou ampliações das instalações - Qualquer alteração de instalação industrial que:
I - altere a tecnologia de processo ou processamento empregada;
II - altere as condições de segurança da instalação industrial;
III - adapte fisicamente instalações e/ou equipamentos de plantas industriais existentes provenientes de outros segmentos
produtivos;
IV- aumente a capacidade de processamento de quaisquer insumos;
V - aumente a capacidade de armazenamento de insumos ou de produtos;
VI - altere o perfil de produção ou a qualidade final dos produtos.
Planta geral de locação - planta que apresenta a localização da instalação no interior do terreno, indicando as distâncias
entre os limites do terreno e um ponto inicial da instalação.
Posto de serviço - Instalação onde se exerce a atividade de fornecimento varejista de inflamáveis (líquidos e gases) e
líquidos combustíveis.
Procedimentos operacionais - Conjunto de instruções claras e suficientes para o desenvolvimento das atividades
operacionais de uma instalação, considerando os aspectos de segurança, saúde e meio ambiente que impactem sobre a
integridade física dos trabalhadores.
Processo contínuo de produção - Sistema de produção que opera ininterruptamente durante as 24 horas do dia, por meio do
trabalho em turnos de revezamento.
Processo ou processamento - Sequência integrada de operações. A sequência pode ser inclusive de operações físicas e/ou
químicas. A sequência pode envolver, mas não se limita à preparação, separação, purificação ou mudança de estado,
conteúdo de energia ou composição.
Proficiência - Competência, aptidão, capacitação e habilidade aliadas à experiência.
Profissional habilitado - Profissional com atribuições legais para a atividade a ser desempenhada e que assume a
responsabilidade técnica, tendo registro no conselho profissional de classe.
Prontuário da Instalação - Sistema organizado de forma a conter uma memória dinâmica das informações técnicas
pertinentes às instalações, geradas desde a fase de projeto, operação, inspeção e manutenção, que registra, em meio físico ou
eletrônico, todo o histórico da instalação ou contém indicações suficientes para a obtenção deste histórico.
Recipiente - Receptáculo projetado e construído para armazenar produtos inflamáveis (líquidos e gases) e líquidos
combustíveis conforme normas técnicas.
Riscos psicossociais - Influência na saúde mental dos trabalhadores, provocada pelas tensões da vida diária, pressão do
trabalho e outros fatores adversos.
Separada por parede - Instalação de armazenamento localizada na instalação de fabricação, mas separada desta por parede
de alvenaria. Instalação de armazenamento localizada em outra instalação e/ou edificação.
Sistema de Gestão de Mudanças - Processo contínuo e sistemático que assegura que as mudanças permanentes ou
temporárias sejam avaliadas e gerenciadas de forma que os riscos advindos destas alterações permaneçam em níveis
aceitáveis e controlados.
Trabalhadores capacitados - Trabalhadores que possuam qualificação e treinamento necessários à realização das atividades
previstas nos procedimentos operacionais.
Transferência - Atividade de movimentação de inflamáveis entre recipientes, tais como tanques, vasos, tambores, bombonas
e similares, por meio de tubulações.
Unidade de processo - Organização produtora que alcança o objetivo para o qual se destina através do processamento e/ou
transformação de materiais/substância.
Anexo III da NR-20
(Inserido pela Portaria MTb n.º 872, de 06 de julho de 2017)
Diretrizes e requisitos mínimos para utilização da modalidade de ensino a distância e semipresencial para as capacitações
previstas na Norma Regulamentadora n.º 20 - Segurança e Saúde no Trabalho com Inflamáveis e Combustíveis.
Sumário:
1. Objetivo
2. Disposições gerais
3. Estruturação Pedagógica
4. Requisitos Operacionais e Administrativos
5. Requisitos Tecnológicos
Glossário
1. Objetivo
1.1 Estabelecer diretrizes e requisitos mínimos para utilização da modalidade de ensino a distância e semipresencial para as
capacitações previstas na NR-20, disciplinando tanto aspectos relativos à estruturação pedagógica, quanto exigências
relacionadas às condições operacionais, tecnológicas e administrativas necessárias para uso adequado desta modalidade de
ensino.
2. Disposições gerais
2.1 O empregador que optar pela realização das capacitações previstas na NR-20 por meio das modalidades de ensino a
distância ou semipresencial poderá desenvolver toda a capacitação ou contratar empresa ou instituição especializada que a
oferte, devendo em ambos os casos observar os requisitos constantes desse Anexo e da NR-20.
2.1.1 A empresa ou instituição especializada que oferte as capacitações previstas na NR-20 na modalidade de ensino a
distância e semipresencial deve atender aos requisitos constantes deste Anexo e da NR-20 para que seus certificados sejam
reconhecidos pelo Ministério do Trabalho - MTb.
2.2 O empregador, que optar pela aquisição de serviços de empresa ou instituição especializada, deve fazer constar na
documentação que formaliza a prestação de serviços a obrigatoriedade pelo prestador de serviço do atendimento aos
requisitos previstos neste Anexo e nos itens relativos à capacitação previstos na NR-20.
2.3 Os cursos Básico, Intermediário, Avançado I e Avançado II, cujos conteúdos estão elencados no Anexo II da NR-20,
não poderão utilizar-se exclusivamente da modalidade de ensino a distância em razão da previsão expressa no Anexo II da
NR-20 de conteúdo programático prático como uma das etapas da capacitação.
2.4 As capacitações que utilizam ensino a distância ou semipresencial devem ser estruturadas com a mesma duração
definida para as respectivas capacitações na modalidade presencial.
2.5 A elaboração do conteúdo programático deve abranger os tópicos de aprendizagem requeridos, bem como respeitar a
carga horária estabelecida para todos os conteúdos.
2.6 As atividades práticas obrigatórias devem respeitar as orientações previstas nas NR-20 e estar descritas no Projeto
Pedagógico do curso.
3. Estruturação pedagógica
3.1 Sempre que a modalidade de ensino a distância ou semipresencial for utilizada, será obrigatória a elaboração de projeto
pedagógico que deve conter:
a) objetivo geral da capacitação;
b) princípios e conceitos para a proteção da segurança e da saúde dos trabalhadores, definidos na NR-20;
c) estratégia pedagógica da capacitação, incluindo abordagem quanto à parte teórica e prática, quando houver;
d) indicação do responsável técnico pela capacitação, observando o disposto nos itens 20.11.15 e 20.11.16 da NR-20;
e) relação de instrutores;
f) infraestrutura operacional de apoio e controle;
g) conteúdo programático teórico e prático, quando houver;
h) objetivo de cada módulo;
i) carga horária;
j) estimativa de tempo mínimo de dedicação diária ao curso;
k) prazo máximo para conclusão da capacitação;
l) público alvo;
m) material didático;
n) instrumentos para potencialização do aprendizado;
o) avaliação de aprendizagem;
3.2 O projeto pedagógico do curso deverá ser validado a cada 2 (dois) anos ou quando houver mudança na NR, procedendo
a sua revisão, caso necessário.
4. Requisitos operacionais e administrativos
4.1 O empregador, independente de ter desenvolvido ou adquirido a capacitação junto à empresa especializada, deve manter
o projeto pedagógico disponível para a fiscalização, para a representação sindical da categoria no estabelecimento e para a
Comissão Interna de Prevenção de Acidentes - CIPA.
4.1.1 A empresa ou instituição especializada deve disponibilizar aos contratantes o projeto pedagógico.
4.2 Deve ser disponibilizado aos empregados todo o material didático necessário para participar da capacitação, conforme
item 20.11.18 da NR-20.
4.3 Devem ser disponibilizados recursos necessários e ambiente exclusivo, que favoreça a concentração e a absorção do
conhecimento pelo empregado, para a realização da capacitação.
4.4 A capacitação deve ser realizada no horário de trabalho, sendo que casos de exceção devem respeitar a Legislação
Trabalhista vigente, observando-se o item 20.11.1 da NR-20.
4.4.1 O período de realização do curso deve ser exclusivamente utilizado para tal fim para que não seja concomitante com o
exercício das atividades diárias de trabalho.
4.5 Deve ser mantido canal de comunicação para esclarecimento de dúvidas, possibilitando a solução das mesmas, devendo
tal canal estar operacional durante o período de realização do curso.
4.6 A verificação de aprendizagem deve ser realizada de acordo com a estratégia pedagógica adotada para a capacitação,
estabelecendo a classificação com o conceito satisfatório ou insatisfatório.
4.6.1 A avaliação da aprendizagem se dará pela aplicação da prova no formato presencial, obtendo, dessa forma, o registro
da assinatura do empregado, ou pelo formato digital, exigindo a sua identificação e senha individual.
4.6.2 Quando a avaliação da aprendizagem for online, devem ser preservadas condições de rastreabilidade que garantam a
confiabilidade do processo.
4.6.3 O processo de avaliação da aprendizagem deve contemplar situações práticas que representem a rotina laboral do
empregado para a adequada tomada de decisões com vistas à prevenção de acidentes e doenças relacionadas ao trabalho.
4.7 Após o término do curso, as empresas devem registrar a realização do mesmo, mantendo o resultado das avaliações de
aprendizagem e informações sobre acesso dos participantes (logs).
4.7.1 O histórico do registro de acesso dos participantes (logs) deve ser mantido pelo prazo mínimo de 2 (dois) anos após o
término da validade do curso.
5. Requisitos tecnológicos
5.1 Somente serão válidas as capacitações realizadas na modalidade de ensino a distância ou semipresencial que sejam
executadas em um Ambiente Virtual de Aprendizagem apropriado à gestão, transmissão do conhecimento e à aprendizagem
do conteúdo.
Glossário
Ambiente exclusivo: Espaço físico distinto do posto de trabalho que disponibilize ao empregado os recursos tecnológicos
necessários à execução do curso e condições de conforto adequadas para a aprendizagem.
Ambiente Virtual de Aprendizagem (AVA): Espaço virtual de aprendizagem que oferece condições para interações
(síncrona e assíncrona) permanentes entre seus usuários. Pode ser traduzida como sendo uma “sala de aula” acessada via
web. Permite integrar múltiplas mídias, linguagens e recursos, apresentar informações de maneira organizada, desenvolver
interações entre pessoas e objetos de conhecimento, elaborar e socializar produções, tendo em vista atingir determinados
objetivos.
Avaliação de Aprendizagem: Visa aferir o conhecimento adquirido pelo empregado e o respectivo grau de assimilação após
a realização da capacitação.
EAD: Segundo Decreto 5622/2005, caracteriza-se a Educação a Distância como modalidade educacional na qual a
mediação didático-pedagógica nos processos de ensino e aprendizagem ocorre com a utilização de meios e tecnologias de
informação e comunicação, com estudantes e professores desenvolvendo atividades educativas em lugares ou tempos
diversos.
Ensino semipresencial: Conjugação de atividades presenciais obrigatórias com outras atividades educacionais que podem
ser realizadas sem a presença física do aluno em sala de aula, utilizando recursos didáticos com suporte da tecnologia, de
material impresso e/ou de outros meios de comunicação.
Projeto pedagógico: Instrumento de concepção do processo ensino / aprendizagem. Nele deve-se registrar o objetivo da
aprendizagem, a estratégia pedagógica escolhida para a formação e capacitação dos empregados, bem como todas as
informações que estejam envolvidas no processo.
Instrumentos para potencialização do aprendizado: Recursos, ferramentas, dinâmicas e tecnologias de comunicação que
tenham como objetivo tornar mais eficaz o processo de ensino-aprendizagem.
Log: registro informatizado de acesso ao sistema. Ex.: log de acesso: registro de acessos; login: registro de entrada; logoff:
registro de saída.
Revisado em maio de 2018
MINISTÉRIO DO TRABALHO E EMPREGO
SECRETARIA DE INSPEÇÃO DO TRABALHO
DEPARTAMENTO DE SEGURANÇA E SAÚDE NO TRABALHO
COORDENAÇÃO-GERAL DE NORMATIZAÇÃO E PROGRAMAS
SEGURANÇA E SAÚDE NO TRABALHO COM INFLAMÁVEIS E COMBUSTÍVEIS
PERGUNTAS E RESPOSTAS SOBRE A NR-20
Pergunta 1: Como são classificados pela NR-20 os líquidos quando aquecidos?
Resposta: Os líquidos que possuem ponto de fulgor superior a 60º C, quando armazenados e
transferidos a temperaturas iguais ou superiores ao seu ponto de fulgor, se equiparam aos líquidos
inflamáveis quanto às exigências da NR-20.
Pergunta 2: Como deve ser realizada a Classificação das Instalações?
Resposta: A NR-20 divide as instalações em Classes I, II ou III, conforme disposto na Tabela 1, do
item 20.4. Em cada classe há uma subdivisão por:
- Atividade ou
- Capacidade de armazenamento, de forma permanente e/ou transitória
Destaca-se, conforme item 20.4.1.1, que o tipo de Atividade mencionado na Tabela 1 deve ter
prioridade sobre a Capacidade de armazenamento da instalação.
A definição de instalação consta do Glossário como: “unidade de extração, produção,
armazenamento, transferência, manuseio e manipulação de inflamáveis (líquidos e gases) e líquidos
combustíveis, em caráter permanente e/ou transitório, incluindo todos os equipamentos, máquinas,
estruturas, tubulações, tanques, edificações, depósitos, terminais e outros necessários para o seu
funcionamento.”
Para fins de obtenção do valor da Capacidade de armazenamento, deve efetuar-se a adição da
quantidade de todos os inflamáveis e líquidos combustíveis existentes na extração, produção,
armazenamento, manuseio e manipulação, em equipamentos, máquinas, tanques, edificações,
depósitos, terminais e outros necessários para o funcionamento da instalação, observando-se que a
soma deve ser diferenciada entre líquidos (inflamáveis e combustíveis) e gases (inflamáveis).
Após este somatório, coteja-se com a Tabela 1, para verificar em qual Classe a instalação se enquadra.
Pergunta 3: O que é Capacidade de armazenamento, de forma permanente?
Resposta: É a capacidade total de armazenamento da instalação prevista em seu projeto.
Pergunta 4: O que é Capacidade de armazenamento, de forma transitória?
Resposta: É a capacidade de armazenamento temporária, além da capacidade permanente.
Pergunta 5: A quem se aplica o item “a.4”, da Tabela 1?
Resposta: O item “a.4 - usinas de fabricação de etanol e/ou unidades de fabricação de álcool”, da
Tabela 1, é aplicável apenas ao setor sucroalcooleiro.
Revisado em maio de 2018
Pergunta 8: Como podem ser implementados os cursos Avançados I, II e Específico quanto ao
conteúdo programático?
Resposta: Para disciplinar instalações com gases inflamáveis, que apenas consomem por meio de
tubulações, não possuindo armazenamento, foi constituído grupo de trabalho pela CNTT.
Pergunta 7: Como deve ser implementada a Parte Prática da capacitação dos trabalhadores?
Resposta: A Parte Prática da capacitação deve ser voltada para os trabalhadores, adequada às
características específicas das instalações nas quais laboram, e abordar, no mínimo, os seguintes
tópicos:
I) Treinamento para uso dos extintores de incêndio para princípios de incêndio;
II) Procedimentos para o uso do sistema de alarme de incêndio;
III) Procedimentos para abandono de área em caso de emergência;
IV) Procedimentos para informar a ocorrência de emergência ao setor responsável, incluindo
informação de pessoas que demandem primeiros socorros.
O acima não se aplica aos integrantes da equipe de resposta a emergências, prevista no item 20.14 –
Plano de Resposta a Emergência da Instalação, que devem possuir treinamento adequado às suas
funções.
Resposta: Os cursos Avançado I, II e Específico devem obedecer à carga horária mínima prevista no
Anexo II, da NR-20. O detalhamento do conteúdo programático, incluindo a carga horária e
abrangência de cada tópico a ser abordado, será definido pelo profissional habilitado, de acordo com
as características, necessidades e demandas do público participante.
Pergunta 9: O que significa Permissão de Trabalho para a NR-20?
Resposta: A Permissão de Trabalho referida no item 20.8.8 é uma autorização formal e
compartilhada, obtida a partir de um planejamento, para a execução de uma determinada atividade não
rotineira, de um evento de inspeção e manutenção, por um período pré-determinado em que haja a
necessidade de se tomar um conjunto de medidas de controle, considerando os aspectos de segurança,
saúde e meio ambiente que impactem sobre a integridade dos trabalhadores.
Pergunta 10: O que significa Instrução de Trabalho para a NR-20?
Resposta: A Instrução de Trabalho referida no item 20.8.8.1 é uma descrição de forma sequencial e
detalhada, passo a passo, das atividades rotineiras de um evento de inspeção e manutenção,
considerando os aspectos de segurança, saúde e meio ambiente que impactem sobre a integridade dos
trabalhadores.
A nomenclatura atribuída a este documento (Instrução de Trabalho) pode variar de empresa para
empresa, desde que o seu conteúdo atenda às premissas definidas neste item. O Prontuário deve conter
o registro da nomenclatura adotada.
Pergunta 6: Como classificar instalações de gases inflamáveis, que apenas consomem por meio
de tubulações e não possuem armazenamento?
Revisado em maio de 2018
Pergunta 11: É correto afirmar que a NR 16 é a única Norma Regulamentadora que pode ser
empregada no enquadramento da Periculosidade?
Resposta: Não é pertinente ao escopo de trabalho da CNTT NR 20.
Pergunta 12: É correto afirmar que a NR 20 refere-se a uma Norma de Gestão e sua associação
com a NR 16 está adstrita à definição de inflamáveis e combustíveis?
Resposta: As Normas Regulamentadoras 16 e 20 tratam respectivamente do direito à percepção de
adicional de periculosidade por trabalhadores e segurança com inflamáveis e combustíveis. O
Ministério do Trabalho e seus órgãos vinculados, dentro de suas competências e atribuições, seguem as
prescrições das mencionadas normas.
Pergunta 13: No interior de galpões que compõem uma instalação industrial, nos termos do
Glossário da NR 20, é permitido o armazenamento de líquidos inflamáveis em tanques aéreos,
desde que respeitados os itens de segurança e técnicos da supracitada Norma?
Resposta: Sim, desde que respeitados os itens de segurança e técnicos estabelecidos pela NR 20, é
permitida a instalação de tanques aéreos para armazenamento de inflamáveis no interior de galpões e
outras construções que façam parte do processo produtivo.
Pergunta 14: A restrição da instalação de tanques de inflamáveis, nos termos do item 20.17.1,
considerando o Glossário da NR 20, é aplicável para instalações industriais?
Resposta: Não. A aplicação do item 20.17.1 contempla apenas edifícios, não se aplicando a instalações,
ambos os conceitos definidos conforme o Glossário desta norma. Não se enquadram na categoria de
edifícios, mencionada no item 20.17 da NR 20, construções que façam parte do processo produtivo,
como armazéns, depósitos e áreas onde ocorra processamento, transferência, manuseio ou manipulação
de inflamáveis (líquidos e gases) ou líquidos combustíveis.